sexta-feira, 10 de julho de 2009

Minha eterna Parazinha

Era um domingo chuvoso e bastante frio, por morar em frente à praia a sensação térmica era de bem frio do que na realidade estava. JR nunca havia ido à padaria as 06h00min da matina, com aquele tempo então, nem se fala. Acordei naquele dia as 06h15minh, tentei ficar um pouco mais na cama, mais a Pixixinha, uma gatinha fantástica, tinha apenas 3 patinhas, perdeu uma em um acidente. Ela começou a perturbar-me pedindo sua ração matinal, então me levantei, meio que empurrada, abri a porta da varanda e olhei para o mar, estava com ondas altas e fortes, olhei para a Pixixinha e ali estava ela, persistindo no seu desjejum. Desci as escadas, coloquei a sua ração e fui colocar água para ferver e fazer um café.
Procurei e chamei pelo JR, sem resposta, pensei; Onde diabos terá ido esse homem? O Carro está na garagem, não o vi na praia pescando, e não está em casa! Com esse tempinho!
Voltei para a cozinha e fui passar um cafezinho, me servi, acendi um cigarro e pensei: O que fazer num dia desses? Ir para a internet? Assistir um bom filme? Absorvida em meus pensamentos, ouvi o portão se abrir, caminhei até a varanda e lá vem o JR com um embrulho de pão em uma das mãos e um filhote de cachorro na outra.
- o que é isso?
- é um cachorro, não ta vendo?
- estou! Não estou é entendendo! Já estamos com seis cachorros e você me aparece com mais um!
-nem eu estou entendendo, mais brotou um sentimento entre nós e eu resolvi trazer essa mocinha pra casa!
-ela estava na esquina, passei brinquei com ela e continuei meu caminho até a padaria, quando voltei lá estava ela novamente,eu a chamei, dei um pedaço de pão e ai ficamos amigos, então resolvi trazê-la comigo.
Eu peguei aquele projeto de cachorro no colo, levei até o banheiro, dei um bom banho quentinho, sequei bem, dei comida, ganhei muitas lambidas e começamos a observá-la: baixinha, pelo curto, orelhas grandes e sempre em pé, bunduda! Teria provavelmente entre 2 e 3 meses de idade. Também muito,muito simpática.
-que nome vamos dar?
-sei lá!
-Ela tem cara de que?
-de cachorro!
- Gracinha, isso eu sei!
-hum
-já sei disse JR vou chamá-la de Parazinha
-Parazinha? Horrível!
-mais é a cara dela!
-Vai ser a Parazinha!
-Vamos levá-la para o canil
-OK
Colocamos a mocinha no canil. Ela não tinha mais que um palmo de altura, e o portão do canil e o muro, tinham pelo menos 1,20m. Passados alguns minutos, quem surge na porta da sala? Parazinha, fresca e bela!
-Quem soltou essa cachorra?
-Nós não fomos e não tem mais ninguém na casa!
-Vou colocá-la novamente lá e vamos vigiar aqui da varanda, bem escondidinhos e ver qual é o mistério.
Assim fizemos.
Escondidos a observar a Parazinha.
De repente, ela começa a dar saltos cada vez com mais impulso, até conseguir saltar para fora do canil.
-Caramba! Isso não é uma cadela; é uma bola de ping pong.
Passou o dia conosco dentro de casa. À noite a colocamos para dormir na varanda, ela latiu a noite toda! Pela manhã, falei, reclamei e o JR muito chateado disse:
-vou levá-la de volta para onde a encontrei
-pode levar, ela não me deixou dormir
Ele caminhou com ela em direção ao portão, colocou-a no chão para abrir o portão e foi ai que ao tentar pega-la novamente ela fez um gesto inesquecível; contorceu-se toda, como um espiral, com o bumbum para o alto e abanando o rabinho. Gritei!
-traga-a de volta, ela vai ficar!
Assim iniciou-se nossa história com a grande Parazinha, grande amiga, grande companheira, inteligente, fantástica Parazinha.
O JR sempre brincava com ela dizendo:
-Parada, deita!
Ela deitava num gesto engraçado, com a barriguinha para cima e um ar de sapeca!
Parazinha foi crescendo e virou uma mocinha.
Teve o primeiro cio e cruzou com o Negão, que apesar do nome é de porte pequeno.
Desse romance nascerão 6 filhotes no dia 6 de fevereiro. Ficamos com 3: a Kira, Ucha e Branca, os demais nós demos, após o desmame.
Parazinha estava ótima, era uma excelente mãe.
No dia 20 de abril, ela começou a passar mal. Vomitava muito, e a língua estava ficando roxa.
Corri com ela para o veterinário. Ela recebeu todos os socorros possíveis. Mais lamentavelmente se foi.
Jamais vamos esquecê-la. Nem nós nem a veterinária, entendeu o que houve com ela. Todas as hipóteses mais prováveis, como envenenamento, picada de outro animal, etc. sendo descartadas. Nunca saberemos o que levou nossa Parazinha.
O fato é que perdemos nossa inestimável amiga!
Ela continua viva em nossos corações e nas suas 3 filhas. Embora a mais parecida com ela seja a Branca.
Esta é a nossa homenagem a uma das maiores amigas que já tivemos.
Parazinha o tempo que passamos juntas foi de apenas 2 anos, mais para nós, Parazinha, você vive, viveu e viverá para sempre em nossos corações! Deus na sua infinita sabedoria transformou você em uma linda e brilhante estrela para poder alegrar muitas e muitas outras pessoas pelo mundo afora.
Com todo nosso eterno amor.

Catherine Gorgen Gerhard

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