sexta-feira, 10 de julho de 2009

Juntos, seja aonde for.

Estou aqui para contar um exótico conto de fadas. Esse conto de fadas não tem príncipes encantados, mocinhas vulneráveis ou animais bem tratados, mas tem um final que é de certa maneira feliz.

Era uma vez um mendigo que morava debaixo de um viaduto, dormia em uma cama feita de papelão e se cobria com uns trapos que havia achado no lixo. Ele fazia arte com materiais reciclados para vender na sinaleira, mas não recebia o retorno que deveria receber. Quando o dinheiro não era suficiente, o morador de rua precisava procurar comida no lixo.

O mendigo era solitário e não agüentava mais a vida que levava, até que um dia encontrou um cachorrinho abandonado fuçando o mesmo lixo que ele. A principio, o primeiro impulso do mendigo foi brigar, mas o cachorrinho extremamente maltratado e sujo pareceu ter carinho pelo mendigo. De mansinho, enroscou-se na perna do mendigo e este, por sua vez, sentiu o afeto que jamais havia sentido desde que se tornou morador de rua. O cachorrinho, como as pessoas em geral, não o ignorou, nem o xingou de vagabundo, apenas queria atenção. O mendigo logo percebeu que o cãozinho era tão maltratado quanto ele.

Naquele momento, naquele lixo, nasceu uma amizade forte e inexplicável. O mendigo e o cachorrinho tinham agora um ao outro, tinham forças para lutar por uma vida melhor, tinham esperanças de reverter a situação.

O mendigo levou o cachorrinho para morar debaixo do viaduto com ele. Eles iam juntos vender a arte reciclada nas sinaleiras, todos os dias. O mendigo com um sorriso no rosto e o cachorrinho pulando e com o rabinho balançando. Era fácil perceber que, mesmo em uma situação deplorável, o companheirismo deles trazia felicidade e uma esperança renovada. Eles gostavam viver nesse mundo meio paralelo ao capitalismo, onde ainda existe amor e igualdade entre pessoas, e entre pessoas e animais.

Com o tempo, o mendigo e o cachorro ficaram conhecidos pela sua arte. Muitas pessoas sabiam daquele mendigo que fazia arte com materiais que tirava do lixo. Passou a ganhar mais dinheiro, não tanto, mas o suficiente para ter um barraquinho no morro.

Para o mendigo e o cachorro esse é um final extremamente feliz. Eles agora têm um teto e sabem o que é sentir o amor de outro ser. E eles viveram felizes... Não para sempre. Mas felizes.

Os humanos muito raramente teriam a capacidade de iluminar a vida de uma pessoa que já não tinha mais esperanças. Os humanos muito raramente teriam a capacidade de amar um desprivilegiado. Será que a sociedade não enxerga que cachorros, gatos, leões, tigres, todos eles, são mais EVOLUÍDOS?


Por Larissa Lima





Comentários no blogger

É exatamente assim, o cão não vê a situação econômica, ele vê o afeto, o carinho, a compreensão.

Jair Cordeiro Lopes | Email | Homepage | 17-06-2009 21:45:56

É verdade, lari... As vezes, parece que ninguém encherga o quanto os homens são selvagens. E o que seria 'Ser' humano? Acho que à muito tempo, nós deixamos de sermos humanos. Somos muito mais animais do que qualquer um nesse mundo. E não, eu não esqueci daqui \o\

Amanda | Email | 07-06-2009 17:18:40

obrigada Lari pelo selo,pode sim publicar o texto em seu blog ok.

L&L | Email | Homepage | 24-04-2009 15:26:55

Oi Larissa! Tá jóia? Acabei de receber um selo!! E lógico... te indiquei =) Super bjooo

Geise Meireles | Email | Homepage | 17-04-2009 08:25:33


Nenhum comentário:

Postar um comentário