Era uma vez um mendigo que morava debaixo de um viaduto, dormia em uma cama feita de papelão e se cobria com uns trapos que havia achado no lixo. Ele fazia arte com materiais reciclados para vender na sinaleira, mas não recebia o retorno que deveria receber. Quando o dinheiro não era suficiente, o morador de rua precisava procurar comida no lixo.
O mendigo era solitário e não agüentava mais a vida que levava, até que um dia encontrou um cachorrinho abandonado fuçando o mesmo lixo que ele. A principio, o primeiro impulso do mendigo foi brigar, mas o cachorrinho extremamente maltratado e sujo pareceu ter carinho pelo mendigo. De mansinho, enroscou-se na perna do mendigo e este, por sua vez, sentiu o afeto que jamais havia sentido desde que se tornou morador de rua. O cachorrinho, como as pessoas em geral, não o ignorou, nem o xingou de vagabundo, apenas queria atenção. O mendigo logo percebeu que o cãozinho era tão maltratado quanto ele.
Naquele momento, naquele lixo, nasceu uma amizade forte e inexplicável. O mendigo e o cachorrinho tinham agora um ao outro, tinham forças para lutar por uma vida melhor, tinham esperanças de reverter a situação.
O mendigo levou o cachorrinho para morar debaixo do viaduto com ele. Eles iam juntos vender a arte reciclada nas sinaleiras, todos os dias. O mendigo com um sorriso no rosto e o cachorrinho pulando e com o rabinho balançando. Era fácil perceber que, mesmo em uma situação deplorável, o companheirismo deles trazia felicidade e uma esperança renovada. Eles gostavam viver nesse mundo meio paralelo ao capitalismo, onde ainda existe amor e igualdade entre pessoas, e entre pessoas e animais.
Com o tempo, o mendigo e o cachorro ficaram conhecidos pela sua arte. Muitas pessoas sabiam daquele mendigo que fazia arte com materiais que tirava do lixo. Passou a ganhar mais dinheiro, não tanto, mas o suficiente para ter um barraquinho no morro.
Para o mendigo e o cachorro esse é um final extremamente feliz. Eles agora têm um teto e sabem o que é sentir o amor de outro ser. E eles viveram felizes... Não para sempre. Mas felizes.
Os humanos muito raramente teriam a capacidade de iluminar a vida de uma pessoa que já não tinha mais esperanças. Os humanos muito raramente teriam a capacidade de amar um desprivilegiado. Será que a sociedade não enxerga que cachorros, gatos, leões, tigres, todos eles, são mais EVOLUÍDOS?
Por Larissa Lima
Comentários no blogger
É verdade, lari... As vezes, parece que ninguém encherga o quanto os homens são selvagens. E o que seria 'Ser' humano? Acho que à muito tempo, nós deixamos de sermos humanos. Somos muito mais animais do que qualquer um nesse mundo. E não, eu não esqueci daqui \o\ Amanda | Email | 07-06-2009 17:18:40 |
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